As linhas de produção própria da Pés Sem Dor formam um dos maiores parques de impressoras 3D do país. Como efeito da pandemia do coronavírus e o isolamento social atendendo as recomendações da Organização Mundial da Saúde, Thomas Case, fundador e executivo à frente dos negócios aos 82 anos, tomou a decisão de utilizar a parte de sua fábrica para o bem.
Já conseguiram confeccionar e doar quinhentos equipamentos de proteção facial (EPI) do modelo face shield, produzidas de acordo com as normas da Anvisa. Sempre que possível, a empresa voltará a destinar impressoras e filamentos de TPU (poliuretano termoplástico) para confecção das máscaras que serão doadas a hospitais que atendem pacientes da Covid-19.
“Com o material e as mais de cem impressoras que temos à nossa disposição podemos produzir cerca de cem mil máscaras. Nossa capacidade de produção atual é de três mil peças por dia. Quando chegarmos às cem mil face shields produzidas, teremos utilizado 1,6 mil km de filamentos, ou seja, com essa quantidade de filamento é possível cobrir o percurso de São Paulo até a Bahia”, explica Thomas Case.
Máscaras de proteção Face Shield produzidas na fábrica da Pés Sem Dor (Foto: Divulgação)
A rotina do empresário octagenário já inspirava muita gente. Antes da chegada da pandemia, aos 82 anos dava expediente diário no escritório da Pés Sem Dor, mas não antes de sua caminhada de 4 km todas as manhãs, além de, esporadicamente, ainda praticar natação. Por ser parte do grupo de risco, recolheu-se por segurança, no entanto, de sua casa continua liderando toda a empresa e sempre inovando.
Presencialmente, quem assumiu o desafio de operacionalizar o desejo de colaborar com a sociedade do fundador foi seu filho, Thomas Case Jr., que já era responsável pelas fábricas próprias da Pés Sem Dor e conta que as primeiras máscaras produzidas já foram doadas. “Demos início ao trabalho esta semana e já temos os primeiros beneficiados, médicos, enfermeiros e outros trabalhadores do Hospital Municipal de Barueri”.
Dez anos de bons resultados
Em 2019, a Pés Sem Dor registrou um crescimento de 51% nas vendas referentes ao ano de 2018, o que significou um faturamento de R$ 39,2 milhões com suas palmilhas e calçados ortopédicos desenvolvidos por meio de um processo exclusivo com escaneamento em 3D e inteligência artificial.
Este ano, celebra 10 anos de sua fundação e preparava diversas novidades para impulsionar ainda mais seu crescimento. “Entramos em 2020 colocando em prática ideias que partiram de meu pai, como nossa fábrica própria de filamentos de TPU e o lançamento de um aplicativo totalmente pioneiro que possibilitaria o escaneamento dos pés em qualquer local, bastando apenas ter um smartphone em mãos”, conta Thomas Case Jr. “Ainda não mensuramos o quanto a pandemia e o isolamento social vai refletir em nosso negócio, no momento, estamos dedicando nossas energias para o bem e para encontrar as formas de como podemos ajudar”, conclui.
Pés Sem Dor trouxe tecnologia e escalabilidade ao setor
Em 2009, Thomas Case buscava uma solução para seus próprios problemas com a dor devido aos seus pés chatos, tornozelos desabados e problemas no joelho. A simples confecção de uma palmilha ortopédica sob medida conseguiu alcançar um alívio total. A partir dessa experiência e com sua visão empreendedora, avaliou que este poderia ser um mercado muito interessante, já que dores desse tipo são um problema comum na rotina das pessoas.
Seu desafio na época era massificar o desenvolvimento e distribuição daquelas palmilhas até então produzidas de forma artesanal e, consequentemente, muito limitada. A partir desse propósito o negócio foi rapidamente estruturado com a realização de investimentos nas mais avançadas tecnologias de escaneamento digital, inteligência artificial, impressão 3D em um processo totalmente escalável. Nascia então a Pés Sem Dor.
Atualmente, são 55 pontos de avaliação e vendas onde trabalham 108 fisioterapeutas. A linha de produção que recebe um a um os pedidos totalmente personalizados é composta por 110 impressoras, formando o maior parque de impressoras 3D do Brasil. Um processo totalmente sustentável sem produção de resíduos e ainda sem poluição sonora.
São diversos tipos de palmilhas, de acordo com seu uso, como as específicas para uso em tênis, chuteiras, sapatos de salto alto, sandálias, etc. Todas produzidas em filamentos de TPU (poliuretano termoplástico), um material que possui resistência e flexibilidade, garantindo a resolução das dores, conforto e durabilidade.