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Artigo: O Brasileiro ainda é patriota?

Por Paulo Akiyama


No dia 18 de setembro comemora-se o dia dos símbolos nacionais. Com base nesta data, realizei a seguinte pergunta a várias pessoas que mantenho convivência no dia a dia: "Você poderia me dizer quais são os símbolos nacionais? ", o único que soube responder foi um amigo que possui a mesma idade que a minha, e frequentou a escola na mesma época, ou seja, ainda sob o comando da ditadura militar.


Os demais, pessoas com 30 anos de idade ou menos, com bom nível de escolaridade, não sabiam dizer.


"Em teu seio formoso retratas. Este céu de puríssimo azul, A verdura sem par destas matas, E o esplendor do Cruzeiro do Sul" A que se refere este verso? Poucos souberam dizer que se trata de um dos versos do hino a bandeira, um dos nossos símbolos nacionais.


Nossos símbolos nacionais foram regulamentados pela Lei 5.700 de 01/09/1971, ou seja, 46 anos atrás.


Ocorre que as escolas após a década de 80 deixaram de ter em seus currículos matérias que eram essenciais aos brasileiros, uma delas Educação Moral e Cívica, Estudo de Problemas Brasileiros, Organização Social e Política Brasileira e outras matérias que buscavam reforçar o patriotismo e o moralismo.


Certo que estas matérias eram originárias da ditadura militar e eram obrigatórias, há de se falar que os estudantes daquela época possuíam um melhor ensino, uma melhor base, eram obrigados a saberem interpretar textos, resolverem problemas matemáticos, terem boas noções de ciências, física, química, biologia, música, artes manuais, história e geografia, ou seja, saiam do ensino secundário com uma excelente base, prontos para cursarem o terceiro grau e assim prestarem vestibular para o curso superior.


Havia enorme dificuldade para a população em geral cursar uma faculdade, primeiro por existirem poucas faculdades e segundo, uma enorme concorrência. Porém, havia um outro enorme obstáculo, aquele que não conseguia estudar em uma faculdade pública, na maioria das vezes, não possuía condições financeiras para estudar em particulares.


Mesmo uma faculdade pública exigia que a família tivesse condições de manter este aluno sem trabalhar, e as dificuldades da época prejudicavam em muito àqueles que desejavam fazer um curso superior.


Um dos objetivos do ensinamento da educação cívica, por parte dos militares, era afastar jovens e adolescentes do socialismo, democracia e do comunismo, em especial, criou jovens submissos ao regime militar, porém, criou também jovens com um nível cultural melhor.


Hoje em dia, os jovens de 30 anos ou menos, não possuíram em seus currículos escolares uma matéria que lhes ensinasse a ética e moral, os valores patrióticos, e um conhecimento de nossa história com mais detalhes. Não conhecem os símbolos nacionais, ou seja, quais são: A Bandeira Nacional, As Armas, O Selo e o Hino Nacional, nossos quatro símbolos que devemos ter orgulho.


Muitas vezes me pergunto: "será que hoje estamos passando por tanta crise política, moral e de princípios, porque nossos jovens não aprenderam nas escolas a importância do patriotismo? "


Lembro-me muito bem, ainda nos anos 90, quando visitei os Estados Unidos e nos parques temáticos da Disney, assistia aos shows em que os americanos transpiravam patriotismo. Lembro-me nas casas de pessoas que foram para a guerra do golfo, um laço enorme amarelo, dizendo em outras palavras, que estavam orgulhosos de terem um familiar defendendo a nação americana.


No Brasil de hoje, assistimos todos os dias escândalos e mais escândalos, roubos e mais roubos, desmandos e mais desmandos. Tudo isto vem colaborando, ao longo dos anos de acontecimentos, desanimo, descrença, entre outros. A população foi as ruas, defendeu o impeachment, mas acalmou.


Aquele espírito patriótico enfraqueceu. Assistimos aos telejornais, todos os dias, por menos que veiculem, malas com milhões de reais, ladrões dos cofres públicos serem libertados e outro nem preso estão.


Todas essas lembranças me remetem a 11 de setembro de 2001, quando os Estados Unidos foram atacados dentro de seu coração pelos terroristas causando milhares de mortes. Após este trágico fato ocorrido, inúmeras medidas foram adotadas e uma enorme guerra começou contra o terrorismo. New York, sendo o centro financeiro do mundo, chamou para si a responsabilidade de controlar a movimentação de recursos que por lá transitam, dificuldades foram criadas para se ingressar no país, soldados foram a guerra defender a sua nação.


No Brasil, com o crescimento do tráfico de drogas, armas, roubos aos cofres públicos, não encontramos qualquer medida mais rígida, com a alegação de que nossa constituição favorece a uma casta da sociedade. Aquele coitado que furta uma lata de leite para alimentar seu filho é castigado de forma ímpar, mas aqueles que saqueiam nossas estatais, estão incólume.


Nosso povo não sabe responder quais os símbolos nacionais, como podem ser patriotas a ponto de exigir a prisão de tantos malfeitores?


Ainda somos patriotas? Há patriotismo em nossos corações? Há civismo?


Estas perguntas devem ser respondidas por cada um de vocês.


Paulo Eduardo Akiyama é formado em economia e em direito 1984. É palestrante, autor de artigos, sócio do escritório Akiyama Advogados Associados, atua com ênfase no direito empresarial e direito de família. Para mais informações acesse http://www.akiyamaadvogadosemsaopaulo.com.br/ ou ligue (11) 3675-8600

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