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redação zOOm zine

Clipe de Lesbigay, de Aíla, tem como cenário a maior ocupação artística da América Latina

Para a gravação do videoclipe da música "Lesbigay", Aíla reuniu no elenco ativistas gays, trans e lésbicas em um dia inteiro de gravação na Ocupa Ouvidor 63, em São Paulo. As cineastas Vera Egito e Jéssica Queiroz é quem assinam a direção do vídeo, lançado oficialmente nos canais digitais da artista, hoje (29), Dia Nacional da Visibilidade Lésbica.


Expoente da nova música produzida na Amazônia, a cantora e compositora Aíla lança no Dia Nacional da Visibilidade Lésbica (29.08) o clipe “Lesbigay”, com direção de Vera Egito e Jéssica Queiroz, e produção da Paranoid. A faixa, parceria com Dona Onete, integra o disco “Em Cada Verso Um Contra-ataque” (Natura Musical), segundo álbum da carreira. O vídeo está disponível no YouTube e escancara o direito de “amar sem pudor” - em um festivo e dançante manifesto pela liberdade.


“Fizemos essa música pensando o 'Lesbigay' como um lugar que deveria ser comum, habitual, onde todos podem ser livres –, apesar de parecer, no contexto carregado de preconceito e ódio em que vivemos hoje, um lugar idealizado”, comenta Aíla. “A música quer fazer dançar nossos corpos dissidentes, afirmar o brilho que ninguém vai fazer desaparecer, escancara o direito de amar a quem se quer. 'Lesbigay' - a música, ou o lugar referido na música - é onde continuaremos dançando, construindo nossos espaços de afeto”, completa a artista.


O vídeo foi gravado na Ocupa Ouvidor 63 - a maior ocupação artística da América Latina, com mais de 100 residentes que lutam para conquistar definitivamente o espaço. O prédio de 13 andares, localizado no centro de São Paulo, está ocupado desde 1º de maio de 2014. Mais que cenário, tornou-se personagem fundamental do vídeo à medida que é, ele próprio, um forte símbolo de resistência.


“Gravar o clipe na Ocupa Ouvidor é uma maneira de dizer que apoiamos esse movimento de ocupação, que queremos fortalecê-lo. Essas pessoas estão lá vivendo, fazendo arte e colaborando com a cidade. E elas têm todo o direito de estar ali”, defende a diretora Vera Egito.


Para compor o elenco, a equipe de produção buscou personagens reais – performers e ativistas gays, lésbigas ou transsexuais – como a rapper Luana Hansen, o coordenador do Ibrat (Instituto Brasileiro de Transmasculinidades), Lam Matos; os performers Alma Negrot e Coletivo Animalia; e também moradores da Casa 1, centro cultural e república de acolhimento a LGBTs em situação de risco. As professoras aposentadas, Ana Maria Oliveira e Carmem Almeida, companheiras há 17 anos, também participam do vídeo.


Co-diretora do videoclipe, Jéssica Queiroz reforça a importância de ter um elenco formado por militantes da causa LGBT. “O clipe fala muito sobre libertação. O ‘Lesbigay’ é esse lugar que não é uma festa, um endereço, mas um sentimento, uma experiência, ele não existe no mapa. No vídeo, Aíla vai avançando as escadas e ‘se descobrindo’ à medida que encontra pessoas com diferentes histórias pra contar, diferentes vivências. Por isso foi tão valioso contar com personagens reais, não-atores”, diz.


Lesbigay integra uma série de cinco videoclipes, que vai originar um pencard audiovisual. O projeto tem o patrocínio da Vivo, via Lei de Incentivo à Cultura Semear, Fundação Cultural do Pará e Governo do Estado do Pará. A Vivo incentiva projetos que promovem a valorização da cultura brasileira em diferentes regiões do país. Em 2016, a empresa apoiou mais de 100 projetos por meio das leis de incentivo à cultura, que beneficiaram mais de 2 milhões de pessoas.


Foto: Divulgação.

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