Uma pesquisa de perfil da rede de restaurantes Bom Prato da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social de São Paulo (SEDS) revelou que quase 20% dos frequentadores do Bom Prato estão desempregados.
Esse número que era 10% em 2014, foi registrado como quase 8% em 2015. É a primeira vez que um levantamento de perfil de frequentadores dos 51 restaurantes populares do Governo do Estado registra em específico, os reflexos do aumento do desemprego no país.
A pesquisa foi feita pela Coordenadoria de Segurança Alimentar e Nutricional (Cosan) da SEDS, e entrevistou 2.533 frequentadores no período de abril de 2016 a março de 2017. A margem de erro é de dois a três pontos percentuais. O Bom Prato permanece com 93% de aprovação entre ótimo e bom.
A queda do número de frequentadores com até 1 salário mínimo passou de 45% em 2014, para 9% em 2016. Mais de 36% que podem estar no mercado informal.
A mudança de perfil também revela que o número de pessoas com carteira assinada diminuiu de 24% para 19%, de 2015 para 2016. Cerca de 4,2% no período.
O número de jovens entre 17 a 24 anos também aponta os desdobramentos da crise. Em 2015 representavam 10,1% e em 2016 passou a 17%. Um crescimento de 6,9% da faixa etária.
O público masculino aparece como maior frequentador. Cerca de 59,1% são homens contra 40,5% mulheres em 2016.
A classe média com até três salários mínimos é um público novo e crescente no Bom Prato e passou de 39% em 2014, chegando a 69% em 2016.
Foi observado que 69% dos frequentadores residem em casa própria, sendo que 22% em casa alugada e 2% residem em albergues.
Com a crise, 77% disseram frequentar o restaurante de três a cinco vezes por semana. O número sofreu queda, pois em 2015 o número chegou a 86%. Uma queda de 8,8%.
Nos últimos três anos, aumentou também em 8,8% o número de pessoas que utilizam ônibus como meio de transporte, de 34% em 2014 para 42,8% em 2016. O contínuo crescimento dos usuários que se dirigem ao Bom Prato direto do trabalho passou de 28% para 33,5%. Um aumento de 5,5% nos últimos três anos.
De acordo com os entrevistados, 93,6% frequentam o restaurante pelo valor da refeição, 87,9% pela refeição saborosa e 60,2% pela localização.
“Temos acompanhado a demanda criada pelo crescente desemprego. O programa Bom Prato tem se mostrado um eficiente meio para garantir economia e refeição saudável para esse novo cenário econômico do país. São mais de 85 mil refeições diárias”, afirmou o secretário de Estado de Desenvolvimento Social de São Paulo, Floriano Pesaro.
Sobre o Bom Prato
O Programa Bom Prato foi criado há 17 anos pelo Governo de São Paulo e conta com 52 unidades no Estado. No total o Programa já investiu R$ 501.047.534,17 desde a sua implantação até 31/07/2017. Desde 2015 foram inaugurados cinco novos restaurantes: Limeira, Franca, Botucatu, Santos Morros e Taboão da Serra. Além disso, nos últimos três anos houve aumento do subsídio do governo de cerca de 19,7% para que as refeições continuassem ao preço de R$ 1,00 o almoço e R$ 0,50 o café da manhã.
O almoço é balanceado com 1.200 calorias O cardápio é composto por arroz, feijão, salada, legumes, um tipo de carne, farinha de mandioca, pãozinho, suco e sobremesa (geralmente uma fruta da época). O subsídio governamental é de R$ 4,19 para adultos e de R$ 5,19 para crianças com até 6 anos, que têm a refeição gratuita.
No café da manhã é oferecido leite com café ou achocolatado ou iogurte, pão com margarina, requeijão ou frios e uma fruta da estação. A refeição, de 400 calorias em média, custa R$ 0,50 ao usuário. O Estado arca com R$ 1,13.
Fotos: Reprodução site da Prefeitura de São Paulo.